Guiando-se pelas normas sociais, pelos sentimentos sociais em que foram educadas e pela experiência adquirida, as pessoas dirigem os seus esforços e a sua atividade consciente de forma a alcançar o fim proposto. Quando quer alcançar o que deseja, o indivíduo supera frequentemente grandes dificuldades e obstáculos, tanto externos como internos. Esta capacidade das pessoas se submeterem a uma enorme tensão interna tem a ver com o facto dos seres humanos estarem dotados, por natureza, de uma força espiritual especial.
Marx põs em relevo o papel do objetivo fixado conscientemente, que determina a atividade volitiva do indivíduo. Esta inclui os aspectos da previsão e planificação da claridade de objetivos e o emprego razoável da experiência acumulada.
A vontade expressa-se através da ação, dirigida à consecução do fim desejado, ou através da inibição, ou seja, à renúncia da ação para alcançar um objetivo que o indivíduo compreende. Apenas o cumprimento da decisão adoptada é manifestação da sua vontade racional.
Quantas mais sejam as dificuldades que se têm de superar para alcançar o objetivo proposto, quanta mais tensão exija o seu alcance, tanto mais claramente se manifestam as distintas qualidades da vontade: a sua tenacidade, a sua capacidade para manter por longo tempo uma grande tensão, a sua decisão, que se manifesta na rapidez e determinação da solução adoptada, o critério da sua vontade, ou seja, a capacidade do indivíduo para valorizar corretamente a mudança que se segue e os seus ganhos, de acordo com o fim que persegue.
O caráter complexo da atividade volitiva manifesta-se na sua forma mais clara durante a realização de algo difícil, ou seja, num processo volitivo complexo.
A atividade cognitiva consciente é o resultado de um elevado desenvolvimento inteletual do indivíduo. Exige uma experiência de vida suficiente e muito variada e a sua utilização, que é função da memória; tem de se prever e imaginar-se um objetivo mais ou menos ligeiro, os caminhos que o conduzem e os resultados que se obterão ao alcançá-lo, ou seja, uma função da imaginação; tem de se pensar com lógica: analisar o objetivo, os caminhos que o conduzem e os resultados parciais que se vão alcançar, raciocinar, confrontar e chegar a conclusões.
É evidente que o desenvolvimento da vontade da criança exige um trabalho pedagógico longo e tenaz por parte dos adultos que organizam o seu futuro enfrentamento prático com a vida.