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Redes Sociais

As novas tecnologias são meios que permitem ter acesso a grandes volumes de informação e à sua rápida transmissão. Permitem combinar imagem, som, escrita e números e o seu fácil armazenamento. Além disso dão a possibilidade de “encontrar” outras pessoas, de obter informações rapidamente, de jogar e receber apoio emocional e até de conhecer outras culturas. No entanto, apesar destas vantagens aliciantes, há que ter consciência crítica sobre os riscos e desvantagens subjacentes ao uso das novas tecnologias, nomeadamente as redes sociais, especialmente junto dos mais novos, crianças e jovens. De fato poderão comprometer o estabelecimento de novas relações ou a manutenção das antigas, criando uma verdadeira dependência. O anonimato permite que todos entrem na internet e se exprimam de qualquer modo, podendo ela representar um ótimo veículo para expressar não só a normalidade de um individuo, mas também o seu desequilíbrio.

O Distúrbio de Adição à Internet (Internet Addiction Disorder- IAD) representa uma modalidade de distúrbio psicológico que deriva da utilização excessiva (cerca de 40 horas semanais) de um novo produto tecnológico que produz fascínio. Os principais sintomas passam por uma preocupação a respeito da internet, por uma necessidade cada vez maior de tempo gasto online, por tentativas repetidas de redução do seu uso e aborrecimento quando tal sucede, problemas na gestão do tempo, mentiras sobre o tempo gasto na Internet, alterações do humor e problemas familiares, escolares, profissionais e relacionais. Poderão até surgir dificuldades financeiras, se a dependência passa pelos jogos de azar e leilões, ou dificuldades conjugais, se a dependência passa pelo sexo e relacionamentos virtuais.

Os principais sintomas físicos são insónias ou sonolência diurna, cansaço excessivo, irregularidade das refeições, dores de costas, dores de cabeça, cansaço nos olhos, ou seja, em suma, enfraquecimento do corpo e maior predisposição para qualquer tipo de doença.

As pessoas com maior probabilidade de virem a sofrer esta patologia são aquelas com marcada insegurança, baixa autoestima, baixo sentido de autoeficácia, pouca motivação, medo da rejeição e necessidade de aprovação. Apresentam também dificuldades relacionais e, através da internet, conseguem a fuga aos problemas, nomeadamente de saúde física ou mental (depressão, ansiedade, etc.). Desta forma, obtêm apoio social, satisfação sexual, estatuto e um sentido de valor pessoal aumentado.

A intervenção passa, inicialmente, por uma aceitação do problema da dependência pois, só assim, é possível o crescimento e mudança. É aconselhável o encorajamento de novos passatempos, tarefas gratificantes, reservar algum tempo para si próprio, modificar o uso da rede ou ainda escutar atentamente o dependente quando fala dos seus sentimentos. Também se revela bastante benéfico recorrer a um processo terapêutico auxiliado por um psicoterapeuta creditado. Este possibilita a tomada de consciência de si, das circunstâncias de vida que levam ao uso compulsivo da internet e quais as motivações que estão na base do próprio comportamento em relação às redes sociais, ajudando ao longo do percurso em direção à mudança. No caso de a dependência ter causado a quebra de relações maritais e familiares, pode-se recorrer à terapia familiar ou conjugal. Desta forma, a intervenção psicoterapêutica visa dar informações à família sobre este tipo de patologia, reduzir a atitude de censura em relação ao sujeito dependente, encorajar a comunicação e a disponibilidade da família para o apoiar, para o fortalecimento de laços, estes sim, reais e essenciais.

 

                                                                                                                                              Clara Conde