O envelhecimento não é um fenómeno que comece numa data específica, mas um processo contínuo de mudança. Lidar com o envelhecimento é uma questão de optimização. As más notícias são de que a memória piora com a idade e as boas notícias são que há formas de lidar com esse declínio. Embora a memória seja a faculdade cuja deterioração é mais óbvia, com a idade, não é a única. A idade média em que o declínio intelectual é provável é aos 65 anos. Contudo, o declínio cognitivo também é principalmente afectado por outros factores. Se se é do sexo feminino, o declínio não é provável que seja detectado antes dos 70 anos de idade. Se para além disso está acima da média educacional, então o suposto declínio irá provavelmente manifestar-se 1 ano por cada ano de escolaridade, acima da média.
A inteligência fluida (tem a ver com os resultados nos testes de inteligência) declina com a idade, ao contrário da inteligência cristalizada, que é usualmente medida através de testes de conhecimento acumulado (como o vocabulário). Este ultimo tipo de inteligência mantém-se e pode continuar a aumentar com a idade. No entanto a velocidade de processamento da informação torna-se mais lenta, havendo uma maior probabilidade de se cometerem erros. Também se verifica um declínio em tarefas de manipulação de imagens naturalistas e em tarefas em que se ponha em prática a memória de acontecimentos mais recentes.
Também é característico que à medida que envelhecemos somos menos capazes de encontrar as palavras apropriadas aquando de uma conversação, por exemplo. Trata-se de um dos maiores problemas dos idosos, a falha em inibir material irrelevante assim como a falha em aceder ao que é relevante. Contudo, estas dificuldades são amenizadas pelo facto de que a armazenagem de conhecimento continua a aumentar assim que se envelhece.
Em idades avançadas é mais difícil a concentração, a inibição da influência potencial de distratores, particularmente sob condições de stress. Desta forma aconselha-se que as pessoas idosas ingiram um pouco de açúcar várias vezes ao dia ao invés de grandes quantidades, uma ou duas vezes ao dia, para manter devidamente nutridas as células nervosas.
Pode-se fazer alguma coisa para prevenir o processo de declínio intelectual? A única coisa que se poderá fazer é tentar mudar o comportamento, tornando-o o mais flexível e ágil possível. A máxima “Use-o ou perdê-lo-á”, deve ser atendido.
Clara Conde